O Eco Sem Voz
A saudade que não faz barulho.
Ela não grita, não chora,
não rasga o tecido da noite.
É um sussurro etéreo,
um sopro morno
no avesso da alma.
Não há estampido, nem furor.
Apenas um ressonar subterrâneo,
como a maré que recua em silêncio
deixando a areia úmida.
Uma vibração sutil,
o zumbido de uma memória
que se recusou ao esquecimento,
mas que não pede palco.
É a presença da ausência
em sua forma mais pura.
Não a ferida aberta,
mas a cicatriz suave,
que a gente toca sem querer
e sente o relevo do que foi.
Uma melancolia aquietada,
que não exige prantos,
apenas o reconhecimento
de que algo existe,
e sempre existirá,
no fundo.
No lugar mais profundo
onde o som não chega,
mas a sensação permanece.
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