31 maio 2007

FIZ UM POEMA

fiz um poema

sobre a emoção

que se perdeu sabe-se lá onde

em que folha branca

em que sarjeta esburacada

em que lufada de qual vento.

falava de você

da sua delicadeza

da sua beleza arrebatadora

dos seus traços

que a palma da minha mão

ousara tocar

(com essas mãos tão minhas)

falava da maciez do seu carinho

dos reflexos dos seus cabelos nos meus

dos abismos que se abriam entre nós

toda vez que pensávamos bem.

aquele poema

não existe mais

não resistiu sequer

às primeiras linhas.

sucumbiu

ao primeiro passar da borracha.

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Vicente

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"...Quebrei a ampulheta da vida
joguei fora as areias do tempo..."
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Claudinha
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28 maio 2007

NÃO É BEM ASSIM

calei-me o peito

por conta da loucura do faz-de-conta

rebelei’me os sonhos

que insistiam em seguir vida própria.

eu falo de sonhos dentro de um ser

que não sonha mais

aqueles sonhos de menino

DE HOMEM ADULTO QUE DESEJA

eu falo de desejos.

de todos os desejos

que se confundem com todos os sonhos.

todos:

dos Minúsculos aos estratosféricos

daqueles que te remetem às vontades

de ter alguém para amar

de ser amado

de fazer planos

e

de trocar carinhos.

falo de sair

no meio da tarde

e juntos

na livraria

escolher o próximo livro

que se vai ler

a dois.

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Vicente

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"...

...depois de muitos anos me sentia como uma borboleta, leve, brilhante, bonita, havia finalmente saído do casulo....

...Agora sinto as borboletas em meu estômago, que estranha sensação..."


Deia
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