01 maio 2003

EM BUSCA DO NUNCA

o mais natural dos cotidianos
a mesma mesmice
a simples
(e corriqueira)
simplicidade do dia-a-dia.
era tudo o que eu queria.

não me importaria com a falta de nexo
com a falta de sexo
com o excesso do reflexo.

poderia reler velhas cartas
ouvir antigas canções
rever outros filmes
interpretar espudoradas situações.

eu não precisaria mais que isso.
asim não me perderia
em conclusões descabidas
levadas pelos (redundantes) pensamentos
pelas vontades
(e atitudes)
de sentir e de pensar.

era assim que eu queria esse domingo.

Vicente
.
.
.
"O tempo perdido não pode ser recuperado. Sua beleza só pode ser vivida como ausência: a beleza dói... Magia é isto: invocar o que se foi, mas que continua a nos habitar. Ou será poesia?"
(Rubem Alves)