Ecos no Vazio
Onde a mão não encontra a mão,
persistem as memórias,
bordadas em névoa e saudades.
Um beijo que não foi dado,
um adeus que se calou,
ecoam nos cômodos da alma.
E a ausência, vestida de bruma,
dança um balé melancólico,
entre as cortinas fechadas do peito.
Cada canto, um sussurro,
cada sombra, um lamento mudo.
As palavras, presas na garganta,
formam um grito sem som.
Nos encontros breves,
vislumbres de eternidade.
Olhos que se buscam,
respirações que se misturam,
num instante roubado ao tempo.
Promessas não ditas,
gravadas na pele.
E as despedidas,
pequenas mortes diárias,
partem pedaços da paisagem interna.
O aceno que se perde na distância,
o nó na garganta que aperta,
um futuro desfeito em fragmentos.
Mas o desejo, teimoso e resiliente,
pulsa, sutil, na promessa de um novo amanhecer,
mesmo que o vazio persista.
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