27 junho 2007

A PERGUNTA QUE DESPERTA

 A Pergunta que Desperta

 

A suave interrogação,

um fio de voz no ar,

desatou em mim a torrente

de um querer que não recua.

Irreversível, contundente,

nosso olhar se alonga,

já na paisagem do amanhã.

 

Ela viu em mim o mapa inteiro:

o timbre que falava,

o brilho que observava,

os gestos, ensaiados ou não,

o rastro do cheiro que fica,

o cabelo em seu desarranjo.

 

Essa pergunta,

tão leve e tão cheia de intenção,

confirmava a percepção.

Sim, ela havia sentido,

havia reconhecido,

que em nossa história,

um novo tempo, sim, já amanhecia.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário