A Pergunta que Desperta
A suave interrogação,
um fio de voz no ar,
desatou em mim a torrente
de um querer que não recua.
Irreversível, contundente,
nosso olhar se alonga,
já na paisagem do amanhã.
Ela viu em mim o mapa inteiro:
o timbre que falava,
o brilho que observava,
os gestos, ensaiados ou não,
o rastro do cheiro que fica,
o cabelo em seu desarranjo.
Essa pergunta,
tão leve e tão cheia de intenção,
confirmava a percepção.
Sim, ela havia sentido,
havia reconhecido,
que em nossa história,
um novo tempo, sim, já amanhecia.
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