06 junho 2007

CADÊ ALESSANDRO?!?

(BARILOCHE II)

não tem
horário de verão
por essas latitudes temperadas
a nos acusar
que daqui a pouco desaba a noite
(pelas cachoeiras do tempo.

parado à beira do nada
que antecede
a semi-escuridão vulgar
já me precavia dos efeitos do etílico
que (com certeza) viriam
quando
à queima-roupa me perguntam
em belíssimo espanhol se:
“usted es Alejandro?”.

ainda assustado
pela aparição de beleza
tão esguia
arrisco
meu envergonhado portunhol
e digo que “no”
e
tantas besteiras “más”.

...só quando rompia a manhã
estrangulando a madrugada decadente
demo-nos conta da incoerência do encontro
que nos levou a esquecer diferenças
de idiomas
para conferirmos
nossas línguas
simplesmente...
.
Vicente
.
.
.
"Sintonia
o poeta às vezes deixa o Poema escrever-se. o Poema às vezes deixa o poeta escreve-lo."
.
Wilson Guanais
.

9 comentários:

  1. Viny,

    poema interessante!!! Me cantando dia desses, um rapaz (espanhol por sinal) disse que o beijo é a lingua universal... E que por isso, não é necessário entendê-lo... Apenas sentí-lo e que ele precede o amor...
    Filosófico e real!!!
    Muito interessante!
    ___________________________________

    A nível de curiosidade...
    Eu disse que não podia praticar a linguagem universal, pois não estava pronta para amar...
    Sabe o que o impertinente disse?
    Que nunca estamos!!!
    Que o homem se deixa manusear pelo amor e que o amor, se deixa manusear pelo homem...

    Deve ser como a frase do Wilson... - rs.
    Ótimo post.

    *Por curiosidade...
    Seu comentário foi novamente respondido! - rs.

    Beijos (Des)conexos!;)

    ResponderExcluir
  2. Anônimo10:40

    Poeta...
    Sem palavras para traduzir a emoção de ler-te. O poema inebriante c sempre.
    Beijos Poéticos.
    ;**

    ResponderExcluir
  3. Anônimo12:56

    é uma alegria enórme estar aqui.
    abraço.
    levo doces.

    ResponderExcluir
  4. Anônimo00:00

    Hum...realmente há liguagens que ultrapassam as barreiras do tempo,das situações e das nações.Há essa linguagem sem igual que todos entendem, que pelo olhar todas as línguas e dialetos torna-se um só.Beijuuss

    ResponderExcluir
  5. Anônimo06:20

    Eita! Então bariloche não esteve tão frio, né? rs...
    Poeta, fico duplamente feliz. Pela barreira das línguas ter se rompido e por ter virado poesia. Doce poesia!
    Beijoconas

    ResponderExcluir
  6. Anônimo12:38

    Maravilhoso...Gostei muito...
    Deu uma vontade de pular dentro do texto e viver este momento...
    beijos no coração...

    ResponderExcluir
  7. Muito bom esse Vicente!
    gosto de poemas assim! sem firula demais ! e com um sentido de pé no chão!

    Um abração!


    PH

    ResponderExcluir
  8. Anônimo20:59

    Há quanto tempo não passava por aqui ...

    ResponderExcluir
  9. Cade Vicente?
    voltei, sou realmente compulsiva, doces me acalmam .....

    ResponderExcluir