A Intensidade dos Sentimentos
E essa intensidade, um mar sem fundo,
que não afoga, mas arrasta e comprime.
Não é uma brisa, é um furacão interno,
onde as emoções não se suavizam,
apenas ganham peso, densidade.
A tristeza não é tristeza, é um abismo.
A incerteza não é dúvida, é um grito preso.
Cada fibra do ser vibra com a sobrecarga,
como um fio que estica até o limite,
prestes a romper, mas que não se quebra.
É a vida sentida em carne viva,
onde cada toque dói, cada pensamento queima.
Não há anestesia para a alma,
apenas a plenitude esmagadora
desses sentimentos que se agigantam,
preenchendo todo o espaço, sem ar para respirar.
Vida Sentida em Carne Viva
E a vida sentida em carne viva,
cada toque, uma pontada.
Não há escudo, não há pele grossa,
apenas a exposição crua da alma.
É como se os nervos estivessem à flor da pele,
captando cada vibração, cada sussurro do mundo.
O amor, quando surge, é um incêndio;
a dor, um abismo sem fim.
Não há meios-termos, não há tons pastéis,
apenas a explosão das cores mais intensas,
pintando a existência com traços fortes e violentos.
A sensação é tão real, tão presente,
que a respiração se torna um ato consciente,
uma luta para suportar o que se sente.
O Limite de um Fio Esticado
E o limite de um fio esticado,
prestes a romper, mas teimosamente intacto.
Não é fragilidade, é uma resistência exaustiva.
Cada puxão, cada tensão, aproxima do ponto final,
mas a corda ainda vibra, ainda suporta.
É o limite da alma,
onde a elasticidade já não existe,
e a ruptura parece a única lógica.
Mas o fio, teimoso, mantém-se,
uma metáfora da persistência imposta,
da força que se nega a ceder,
mesmo quando tudo clama por um fim.
Resistência no Limite
E a resistência no limite,
uma batalha silenciosa e inglória.
Não é força que impulsiona,
é a última reserva, o fôlego arranhado
que se nega a ceder, a desabar.
Os músculos tremem, a mente vacila,
mas algo insiste, algo persiste.
É a teimosia da sobrevivência,
a recusa em aceitar a derrota,
mesmo quando a vitória é apenas a não-queda.
Nesse ponto extremo, a dor se confunde com a inércia,
e o desejo de parar é tão forte quanto a ânsia de continuar.
É a dignidade do fio esticado,
que se recusa a se romper,
ainda que cada fibra clame por alívio.
Vontade de Não Continuar
E a vontade de não continuar,
um cansaço que transcende o corpo.
Não é preguiça, não é desistência covarde,
é a exaustão da alma, o esgotamento da fé
em cada novo passo, em cada amanhecer.
Os dias se arrastam, pesados,
e a perspectiva de mais um "virá"
é um fardo insuportável.
É o desejo de que o tempo pare,
que o fio se rompa de vez,
que o silêncio se instale sem eco.
É a promessa do vazio, que de repente
parece menos ameaçadora que a plenitude da dor.
A ânsia de sumir, de dissolver-se
em um nada que finalmente traga a paz,
o fim da luta, o descanso sem sonhos.
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