fiz um poema
sobre a emoção
que se perdeu sabe-se lá onde
em que folha branca
em que sarjeta esburacada
em que lufada de qual vento.
falava de você
da sua delicadeza
da sua beleza arrebatadora
dos seus traços
que a palma da minha mão
ousara tocar
(com essas mãos tão minhas)
falava da maciez do seu carinho
dos reflexos dos seus cabelos nos meus
dos abismos que se abriam entre nós
toda vez que pensávamos bem.
aquele poema
não existe mais
não resistiu sequer
às primeiras linhas.
sucumbiu
ao primeiro passar da borracha.
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Vicente
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"...Quebrei a ampulheta da vidajoguei fora as areias do tempo..."
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Claudinha
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