"Porque são doces poesias encontradas aqui por poetas, poetisas e simpatizantes. Venha, faça dessa doceria a sua casa preferida. Lugar de sonhos e belezas da alma.
23 dezembro 2007
PRESENTE
com aquela manhã
imensa
e logo em seguida
me roubaste
uma tarde
que já me consolaria.
agora
só tenho essa noite
que teima em não amanhecer.
também
já sei
que não haverá madrugada
nenhuma.
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Vicente
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06 dezembro 2007
CALÇADAS
eu lhe encontrei
ao abrir-se
de calçadas
e supermercados
conforme o combinado
com os nossos destinos.
encontro.
trouxe chegança de espera
em mim
e me vejo de braços
com a saudade.
você chega e traz a lembrança.
rima fresca
e boa
para
esperança.
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Vicente
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"A vida se mantém um enigma, apesar das tentativas milenares de explicações, justificativas, esclarecimentos, elucidações. .."
Dora Vilela
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publicado originalmente em 06/02/07
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08 novembro 2007
PELAS CALÇADAS
alguns poucos momentos
de olhos nos olhos.
certamente muitas perguntas
caladas
esperando.
algumas perguntas exatas
com receio de explodirem.
mas nada
nada além de encontro.
exceto o encontro.
caminhando sem cobrança de ligar.
sem intenção de escrever.
sem números.
sem endereços.
é possível que seja sábado.
mas ninguém liga para datas.
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Vicente
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02 novembro 2007
TAMBÉM VOU SER POETA
ir e ficar
em pasárgada (sei lá)
e pelo estatuto do poeta
tenho direito a pagar meia passagem
e o pagamento será feito em gramas de sonho.
rompendo as ânsias e lá chegando
tenho direito ainda
a fixar residência
onde bem me aprouver
desde que haja cachoeiras por perto
e libélulas gritem cantos
como cotovias
e sabiás saibam seus ninhos nas palmeiras
e que explodam girassóis
desde o mais tenro início de inverno
que não poderá ser
nem muito frio
nem muito distante.
não quero que haja reis
e sim princesas
e rainhas brotem aos cachos
como pingo-de-ouro
e se deixem ser amadas
por seus cavaleiros errantes
assim como eu.
e quando eu voltar às realidades daqui
quero ser reconhecido
pela minha eloquência embandeirada
e pela alcunha de
“poeta, o audaz”.
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Vicente
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"...No incessante trabalho da escuridão
remove quantidades cósmicas
de nada
para que tudo
seja revelado."
Marlos Drumond Villalba
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27 outubro 2007
IDA E VOLTA
de cada um
em um
em dois
em nós.
cada um de nós
de dois
de um
de sempre todos
como se sabe
sem par...
sem ímpar
sem primos
sem números.
temos um motivo único
único motivo: amar.
faço
meu próprio papel:
poetizar.
amar não é só juntar
nem mesmo separar
juntar/separar
é descrever o possível
dizendo impossível não notar.
nos olhos
olhares
nas bocas
teus
beijos.
na canção exígua
difusa
sorriso confuso
confundida
minha
mistura
tua,
não minha
amante
tirando
feliz cidade
de propósito
soltando
bastando-se
bastante bom
o que se basta.
não o bastante
bastando apenas
um presente
um passado
um futuro
tudo
misturo
embrulho
entrego o que resta da sorte
e tudo:
o restante.
e feliz se faz
de feliz-cidade
muda
mundo
mudo
sou
eu
em você
romance mudo
ausente
aqui
presente lá
presenteando cá.
passando acolá.
futurando em breve.
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Vicente
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30 setembro 2007
UM FLAGRANTE
e guardar o instante
que se fazia em palavras
emoção
risos
e cuidados para que ele
não desconfiasse.
e as tantas frases
que permaneceriam ocultas
foram identificadas e traduzidas
e descobertas
as formas das imensas delicadezas
com que nos tratávamos
o descuido que tirou o escudo
dos instantes de cuidados
e quebrou as barreiras
do pecado oculto
custou-nos esses muitos
sofreres
com os quais agora nos remoemos.
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Vicente
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"in finita mente
(a partir de um "conceito" desgastado)
os seres
as coisas
tudo perecível
não cabe no instante
o amanhã:
é imenso.
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Wilson Guanais
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24 setembro 2007
ESPETÁCULO VIVO! - (Van Luchiari)
E eu, palhaço de mim
dispo-me de todos os sorrisos
no calar do camarim.
No picadeiro da alma
eu domo as minhas feras
E o meu espírito despeja
todas as suas esperas.
Equilibrista de saltos
penso que existo:
Malabrista do acaso
Domador de sobressaltos.
O trapézio me leva tão alto
para cima e além das vidas rasas.
E sem pesar eu me jogo no espaço
que fica entre o chão e minhas asas.
Olhos incríveis me habitam e seguram.
Mãos secretas me equilibram e curam.
E no momento do salto
Agarro-me a mim mesma, enfim.
Cravo as unhas no meu sonho.
Reconheço o sorriso em mim.
Dispo-me da máscara.
Entrego-me ao real.
No picadeiro do meu ser
O espetáculo não tem final.
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Van
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"Hoje eu te trago um prenúncio de primavera prestes a explodir.Há um cheiro de orvalho no ar, sente? Nem a secura daqui de minha terra impede o perfume de entrar e inebriar...."
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Van Luchiari
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19 setembro 2007
OLHARES SAPIENS
eu vi
e sorri sonhos desmedidos
em sonhos de se ver
com olhos abertos
porque trazia
a alma da palavra ver
a calma da vontade de ter
e sentir
que vai ali e não volta
que vai além e fica
por lá
e sabe-se que não vai voltar
quem viu passar?
só eu
porque encarei
a ida
e os calcanhares calçados
de saltos
e aconchegos
em espaços diminutos
entre a sola e o salto.
esse meu olhar é sábio.
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Vicente
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Saramar
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12 setembro 2007
PEDIDO
fui o primeiro a dizer-te as palavras
que te abriram as portas
os vértices
os ângulos desnudos
que te vasculharam os íntimos momentos
do encantamento
mais desejado.
fui o primeiro a ousar-te carícias
em pêlos
que
escondidos
sonhavam ousadias
de beijos salientes e imorais.
fui o primeiro a bendizer-te o gozo
vertido no mais puro linho
enriquecido pelo aroma
da entrega
e sabor das descobertas
apaziguadas.
sou o primeiro a enlaçar-te
a alma
e pedir-te com calma aparente
e cheio de esperança:
aceita
essa aliança?
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Vicente.
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"
"...Por vezes é melhor um sincero afago
Que um beijo ardente e amargo
Sem amor
Sem ardor
Um momento mentiroso
De prazer e calor.."
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06 setembro 2007
CLAREIRA - (La Zingarah)
acre e adocicada,
talho transversal que não quer ser compartilhado.
Vertigem inata, olho de cachoeira,
friagem que amola a cadência do coração.
Perturba-me a falta de tantas coisas e
o excesso cansado daquilo de que não preciso.
Vou e volto. Prefiro o silêncio às vaidades destrancadas.
E você, oculto sob si mesmo,
o que vem procurar aqui?
Tenho palavras aquáticas, tão molhadas,
que submergem sem cessar.
Se lhe apraz esta clareira de gritos nítidos,
venha sempre que precisar.
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Zingarah
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"Como seria estar absolutamente só na face da Terra? Um susto, uma falta de fôlego, um aperto no coração? ...
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Zingarah - (Rouge)
05 setembro 2007
CAMINHOS
é preliminar
das preliminares que ensejam desejos
afogueando-me os sentidos
quando roça minhas orelhas em sussurros
descuidados/estudados.
cada coisa a seu tempo
como a abrir-se em velas desfraldadas
a receber-me em aconchego
que prenuncia gargantas afoitas.
são polens a serem sorvidos
em cada gota
que pinga do mais orvalhado
deleite.
descobrindo
os vértices invertidos
a receberem os ligeiros
passageiros que se perdem
em descidas alucinantes
a formarem novas formas
de se mover
em direção ao prazer.
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Vicente
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"...Mas a ampulheta da vida deixou escoar as areias do tempo e seus olhos cansados não a viam mais. Distorceram suas canções e sua voz chamou-se maturidade..."
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Claudinha
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31 agosto 2007
CENSORED
a tanta batalha de ser contrário
ao cérebro
que insistia em afirmar
que não
que o momento não se fazia preparado.
quedaram-se então
lábios
(e pensamentos)
apressados em ânsias
de tanto se entregar
à procura dos arrepios
dos movimentos desconexos
dos prazeres da pele
(e do corpo mais profundo).
refeitos do susto
(causado)
pelo descobrir o momento
de encantamento
e de louvor ao prazer
quem passou a dar ordens
ao cérebro
que se fizera tímido
foi a um só tempo
lábios e mãos
que
despudorados
não se permitiam censuras.
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Vicente
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" "A lua fascina, mas o amor é bem mais concreto."
"Por sua concretude, é muito metido! Vai chegando e fascinando..."
(Esyath Barret)
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“A sorte escolhe cada nome por acaso.”“Mas o que é sorte?Nossas escolhas ou nossos destinos?”
(Esyath Barret)
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"A essência do amor, está na magia da vida".
(Esyath Barret)
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DESPEDIDA
de quem espera pelo sonho
de quem sonha
pela madrugada insone
de sala e caderno.
mãos delicadas em torno da caneta
a dialogar com o papel
com o tempo
com a pouca chuva
de estrelas que azulam o céu.
corre
célere
o pulso que pulsa
em busca do encontrar-se
do enclausurar-se
em adjetivos
suspiros
devaneios.
rosadas
as faces
desfazem a impressão
de morte.
por fora é fogo que arde
por dentro
é vida que parte.
Vicente
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"...Há corações que ainda não sabem expressar seus pensamentos, seus sentimentos na poesia! O meu é um que vive tentando, mas às vezes não consegue encontrar as palavras certas para deixar a poesia mais encantadora..."
Arethuza
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Continua aqui: http://www.mundoliteral.weblogger.terra.com.br/
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03 julho 2007
FLAGRADOS
quando queria estar aqui
nesse jogo de abraços
que anseia pernas tocadas
no risco de sermos descobertos.
não ousara dizer não ao momento
ao encantamento
ao toque de Midas
que transforma
o cinza da frente fria
em dourado
de calor generoso.
são bocas sabendo a graça
de se esconderem
uma na outra
uma pra outra
na exploração
que não conhece fadiga
e não suporta a tirania
dos ponteiros
dos relógios.
por isso o escorregão
no atraso
que denunciou os cheiros
e as perguntas
sem respostas
sem explicações.
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Vicente
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"... Todo poeta é aprendiz de si mesmo, em busca de uma pegada íntima, e escreve para oxigenar a alma. Afinal, são todos sementes, e sabem que precisam ser flores e frutos, para recriarem, para sempre, a eterna primavera cósmica..."
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Silas Corrêa Leite -
Excerto do seu poema "Estatuto do Poeta", que você pode ler na íntegra na página da Casa da Cultura. (Esse trecho faz parte do Artigo Décimo-Sexto).
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15 junho 2007
REMARIA (PEDRO MONTEIRO)
Quem me acompanha desde 2005 sabe que já passei pela desagradável experiência de refazer meu blog devido a alguns contratempos provocados por alguns anônimos invejosos.
Com mais cautela pretendo inaugurar um novo tempo e para isso desejo a colaboração de vocês.
Quem for contrário à publicação de seus trabalhos (juntos com os meus) em meu blog, com todos os créditos, etc... etc..., manifeste-se, por favor.
O início vai ser esse excelente "Remaria" do Pedro, que eu considero um dos melhores.
Na caixinha de comentários, manifestem-se quanto ao conteúdo da poesia do Pedro e, por favor, se são contra, afirmem que não querem ver seus trabalhos publicados aqui, e que o atual esquema de apenas pequenas citações, como tenho feito, já é suficiente, ou digam se são contrários também a esse esquema.
OK? Conto com vocês.
Doces.
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Vicente
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Remaria
Remaria no mar é o passar do dia
Remaria é re-ser a mãe da poesia
Ver por cima das ondas o sol nascer
Uma onda atrás da outra, uma manhã atrás da outra
Remaria noite e dia.
Ver no fundo após as ondas, onde o mar é calmaria
É ser o mar dentro e a areia fora
Onde a vida partiria
E às vezes ver a praia como partida
Na maré salgada e tarde ardida
É ter de chão a areia
E ter de lar a maresia
Remaria, remaria.
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Pedro Monteiro
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COMEÇAR CHORARE
sobraram o que começamos:
o carinho
o cuidado
a pouca vontade de deixar
tudo de lado.
sobraram atos e fatos
consumados
conversas esquecidas e
não retomadas
devidamente não esclarecidas.
sobraram a censura
a falta do bom senso
a falta de enredo
de opiniões
de desapego ao antigo.
faltaram
a coragem para recomeçar
o carinho que devia continuar
e sobretudo
a vergonha por deixar
tudo acabar.
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Vicente
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Meus olhos se desencontram na paisagem interrompida. Não há continuidade, em nada, em lugar nenhum, senão no perfume que o ar transporta. Na íris que se desdobra sobre o dia. Estremeço, torpor e prazer impelindo-me a dançar entre os instantes fragmentados. E danço, porque isso faz levantar a poeira dourada das horas, e descobre movimento onde reinava a quietude inteira..."
13 junho 2007
DESCULPE, FOI ENGANO
imprime louca cadência
em minha vida
e quando menos espero
já é tempo
de outro dia
já é aquele lugar
de desassossego
e lençóis amassados.
dalgum lugar repentino
a campainha rouca
abre espaços em meu sobressalto
de acordado sonambúlico
que tateia
em busca de um telefone mal instalado
à cabeceira.
após o “alô” de praxe
teimando em entender o que está acontecendo
do outro lado a voz
sobressaltada: “quem fala?”
após irresoluta indecisão afirmo
meio sem convicção:
“é o vicente...”
“desculpe
foi engano”
tumtumtum...
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Vicente
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Hoje não quero um texto bonito.Nem quero me preocupar com rimas ou concordâncias, só quero dizer que estou sentindo a sua falta.Horas já não são suficientes e a despedida se tornou insuportável.
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Rosângela.
11 junho 2007
LENCINHO
de algodãozinho vagabundo
irrisoriamente vagabundo
e barato
acrescentaria eu.
pois foi com ele que acenei
esfuziantemente
e ela me percebeu
no meio da multidão
retribuindo o aceno.
daí a importância
emprestada ao meu rico lencinho
que guardo qual tesouro
numa caixa
com naftalina.
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Vicente
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10 junho 2007
TARJA PRETA
(acidentalmente)
acidentada
não me deixa esquecer
da falta que a sua (grave) voz
faz
aos meus ouvidos
já entediados
de tanta ausência
a pedir em mim
um remédio
controlado:
você.
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Vicente
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"E como em um passe de mágica suas palavras tomaram o lugar dos beijos e das carícias dele..."
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Nanda
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06 junho 2007
CADÊ ALESSANDRO?!?
não tem
horário de verão
por essas latitudes temperadas
a nos acusar
que daqui a pouco desaba a noite
(pelas cachoeiras do tempo.
parado à beira do nada
que antecede
a semi-escuridão vulgar
já me precavia dos efeitos do etílico
que (com certeza) viriam
quando
à queima-roupa me perguntam
em belíssimo espanhol se:
“usted es Alejandro?”.
ainda assustado
pela aparição de beleza
tão esguia
arrisco
meu envergonhado portunhol
e digo que “no”
e
tantas besteiras “más”.
...só quando rompia a manhã
estrangulando a madrugada decadente
demo-nos conta da incoerência do encontro
que nos levou a esquecer diferenças
de idiomas
para conferirmos
nossas línguas
simplesmente...
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Vicente
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"Sintonia
o poeta às vezes deixa o Poema escrever-se. o Poema às vezes deixa o poeta escreve-lo."
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Wilson Guanais
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04 junho 2007
SONHO DA PELE
minha pele
sonha
seus toques morenos
repletos da imaginação
de
chuva
em dia de sol
de verão.
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Vicente
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Não importa que se esconda, ou renegue sua face, em algum momento, a capa cairá.
A verdade, sempre surgirá!"
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03 junho 2007
DEMORAS
demoro para entender palavras
intenções
eloqüências
que prenunciam conquistas
viagens para descobrir mundos
que estão em minhas mãos
... Cheias.
demoro para perceber olhares
e trocas
de gente que chega
e quer ficar
e espalha poesia
e que se sair
tem vontade de voltar
e se realmente vai
não demoro
a chorar.
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Vicente
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02 junho 2007
EFEITO ESTUFA
que poente alaranjado
são raios de sol
são viagem
são reflexos de histórias
Divido esse espectro
Em pigmentos
Do prisma o arco-íris
Preso num pedaço de velcro.
Vestígios
Que refletem na terceira margem
Minhas cores em harmonia
Extraindo no fundo os cristais
Que compoem a minha vida."
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Rafaela Silva Santos
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31 maio 2007
FIZ UM POEMA
fiz um poema
sobre a emoção
que se perdeu sabe-se lá onde
em que folha branca
em que sarjeta esburacada
em que lufada de qual vento.
falava de você
da sua delicadeza
da sua beleza arrebatadora
dos seus traços
que a palma da minha mão
ousara tocar
(com essas mãos tão minhas)
falava da maciez do seu carinho
dos reflexos dos seus cabelos nos meus
dos abismos que se abriam entre nós
toda vez que pensávamos bem.
aquele poema
não existe mais
não resistiu sequer
às primeiras linhas.
sucumbiu
ao primeiro passar da borracha.
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Vicente
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"...Quebrei a ampulheta da vidajoguei fora as areias do tempo..."
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Claudinha
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28 maio 2007
NÃO É BEM ASSIM
calei-me o peito
por conta da loucura do faz-de-conta
rebelei’me os sonhos
que insistiam em seguir vida própria.
eu falo de sonhos dentro de um ser
que não sonha mais
aqueles sonhos de menino
DE HOMEM ADULTO QUE DESEJA
eu falo de desejos.
de todos os desejos
que se confundem com todos os sonhos.
todos:
dos Minúsculos aos estratosféricos
daqueles que te remetem às vontades
de ter alguém para amar
de ser amado
de fazer planos
e
de trocar carinhos.
falo de sair
no meio da tarde
e juntos
na livraria
escolher o próximo livro
que se vai ler
a dois.
.
.
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Vicente
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"...
...depois de muitos anos me sentia como uma borboleta, leve, brilhante, bonita, havia finalmente saído do casulo....
...Agora sinto as borboletas em meu estômago, que estranha sensação..."
Deia
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19 fevereiro 2007
LÁBIOS
vou exigir
muito.
vou aprofundar
sempre que necessário
essa vontade
de colocar lábios
sobre lábios
para que eles mesmos
reflitam
sobre o toque.
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Vicente
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"...não me encanto facilmente por qualquer batuque ou ruído que aos olhos de um mundaréu se passa por música..."
Jefferson P.
18 fevereiro 2007
SOLENE DESPEDIDA
dos fatos inusitados
presentes
coisas
vividas noutros tempos
desconfortáveis
bailando entre o patético e o covarde.
coisas
alimentando ilusões descabidas
e espetáculos deprimentes
que sabem a ecos de solidões
que se tocam
que sabem a imagens de traições
que se criam.
fantasmas reais de um querer
que não se confirmou.
um “a gente se vê”
é suficiente para se despedir.
e partir.
.
Vicente
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"Não quero ferir nossas cicatrizes deixo-as encerradas sem a pele morta sem o ar do passado..."
Mary
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16 fevereiro 2007
SE BEBER NÃO DIRIJA
que se ficarmos os dois
embriagados
(de amor)
entro no primeiro sonho
e te carrego
depois a gente resgata
a realidade.
.
Vicente
.
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"...Escrever é produzir epílogos do não iniciado. Sumarizar o diáfano. Documentar o não-acontecido. Testemunhar em falso. Dar (in)versões do impalpável..."
Cecília Cassal
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15 fevereiro 2007
OUVINDO ESTRELAS
brota daqui
e de lá
uma escuridão
(que já pleiteia uma vaga no céu).
estrelas gritam seus luares
e as ouço aos cânticos
pelas implicações do verbo:
ouvir estrelas
e a Lua
notívaga
...vaga
com cara de boas vindas
com luz calma e simples
convidando-as
para o passeio
vespertino/noturno
que ressurgirá
como sempre
até o dia despertar.
por aqui passamos na faina diária
sem perceber
o maravilhoso espetáculo que a natureza faz.
que a natureza fez.
agora já é noite outra vez.
pausa para ouvir
estrelas.
.
Vicente
.
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"Tudo acaba, eu sei. Até as luzes celestiais se vão, apagando-se. E a luz o céu vai cobrindo.
E a morte vai cantando seu hino..."
Rafaela Silva Santos
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14 fevereiro 2007
AMIGO/AMIGA
e me desloquei
da rota do onírico.
transformei o não imaginado
em alguém de carne e osso
e de lábios vermelhos
e beijo quente
e coisa suave.
alardeei sem alarde
que a vida se fazia urgente
e que o agora era o instante
das mãos nas mãos
do toque no toque
do delicado poder da delícia
que marca o encontro
que explode em afinidade
que é mais que amor
que é mais que paixão
que é mais que amizade.
.
Vicente
.
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"...Hematitas e magnetitas, nos altos fornos, e meu sangue correndo nas veias qual o gusa incandescente, lembram-me a força da vida, onde estão minhas raízes..."
Claudinha
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13 fevereiro 2007
PAREDE DE REBOCO
refeito da dura realidade
(de não ter mais você como musa)
esbarra em outras dermes
outras epidermes
outros arrepios
outras companias
que inspiram o arremedo da poesia.
mas na parede de reboco
que é a
minha mente
que é a
minha memória
você é um quadro pendurado
no prego da minha história.
.
Vicente
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"...Toda pessoa tem um alguém que se foi
Um alguém que foi pego em flagrante
Um alguém que prometeu um brilhante
Um alguém que saiu pra jogar
Toda pessoa tem um alguém
Que esqueceu de voltar..."
Giovanni Lucato
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10 fevereiro 2007
MEIO AND MEIO
e se mostrava
realidade
meio tímida e baixinha
meio histórias que teimam em não acontecer
meio enredos batizados
meio tramas variadas.
banalizava a personagem
que desenhava
e redesenhava seus papéis
requeridos pelo diretor
onipresente
que insistia em dirigir a sua vida.
meio companheira de uma viagem
sem fim
pelo interior de uma idéia.
meio minha.
meio de outro.
.
Vicente
.
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.
"
09 fevereiro 2007
BARILOCHE
um sol frio e melancólico
por entre as
persi
anas
in
sones
(e douradas)
de
Bari
Loche
que perscrutavam
pela janela
sonolenta.
.
Vicente
.
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"Decreto que esse ano todas as agremiações se calarão por um minuto, pois descobri o amor e que nenhum samba, por mais boi com abóbora que seja, falará de amor, sem citar minha morena e o que o fizer, será punido, com pontos em enredo e fantasia..."
Pedro Monteiro
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08 fevereiro 2007
POETISAS & POETAS
POETISAS
há
(para mim)
nas poetisas
algo de música
de luar
de liberdade
e de vinhos de boa estirpe.
em sua maioria
cheiram a amêndoas raras
e transpiram linguagens
que ressoam significados
poliglotas.
sua congenitude proposital
só é
(às vezes)
superada
pelas próprias essências
circulares que exalam
de seus momentos
Íntimos
quando se abrem
para eternizar a
criação
e
nos mostrar
que
mesmo nos momentos
esquecidos
"Há uma bruma pálida
Que alcança todos
Os sonhos adormecidos..."
.
Vicente.
.
.
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07 fevereiro 2007
PROGENITURA DESNATURADA
chamada Eu.
sou aquele que abandonou a criatura
quando se encontrava perdida
e que por isso jamais se ergueu.
sou o pai desnaturado da figura
tímida e arredia
que a todo momento pedia
(apenas) uma chance de viver
e de se encontrar
ms acabou por se perder
e na mágoa se enterrar.
a criatura sou eu
também sou o criador
que morreu.
.
Vicente
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"Não temer as palavras não é fácil. palavras doces são ótimas; palavras menos doce são difíceis...mas palavras são palavras e os poemas precisam de todas elas..."
Lívia
.
05 fevereiro 2007
CORAGEM
insistiam em conter
teus cabelos
e gestos
que me falavam
com voz dos amores
que não comportam erros.
nunca percebi
que tinhas
nas mãos
as palavras
(e a coragem)
apropriadas
para jogar por terra
todas
as minhas mais infundadas
esperanças.
.
Vicente
.
.
.
"POETA
Não tema o dia que se apresenta, hoje, inútil...
Aos olhos do poeta ele se transforma sempre, mesmo que em utilidade frágil..."
Lívia
.
04 fevereiro 2007
INFINITIVO TAMBÉM É VERBO
coisas
que eu nem ousara sonhar.
por seres
(infinitivamente pessoal)
quem eu não supus encontrar.
e me vires agora
redobrar-me as vertigens
que insistem em
percorrer todas as cavidades
das minhas veias?
que tal saíres?
.
Vicente
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"que pena, que são só promessas a promessa do novo, do recomeço, do sério, do alvo, da busca.
Só mesmo sendo mortal para acreditar que podem se cumprir as promessas feitas , em tempo de nostalgia..."
Cláudia - Oxigênio
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02 fevereiro 2007
DESCOBRINDO
ao notar
as verdes folhas que rebentam
aqui e ali em meu quintal.
perguntas
achados
surpresas:
alecrim
alfazema
manjerona
outros risos:
manjericão
rosas
dálias...
brotam alegrias por cada
descoberta.
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Vicente
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"...Quem faz as regras morais absurdas - ou quem cuida para que elas sejam obedecidas com rigor - é certamente uma pessoa insensível às coisas do coração maravilhado. Não pode ser um poeta; geralmente é um ditador..."
Edson Marques
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31 janeiro 2007
30 janeiro 2007
INEXATIDÕES
(com alto teor
de aurora)
iluminou-me
e só agora
percebo
a porcentagem
do ocaso
mortiço
muito após
a possibilidade exata
da última gota
(que eu sorvia)
da noite
que se aproximava.
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Vicente
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"...Em brilhantes giros e rodopiantes grangetes e pliés, ela se contorcia em balé sincronizado com a água...."
Marcela Bertoletti
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29 janeiro 2007
THESE EYES
tem um brilho aceso
que faz do momento
presente
aquela íntima
indiscutível
intransferível festa
QUE NÃO SE CONCRETIZA
entre nós
qual extravagante
brincadeira de verdade
que a gente arrisca
no meio de todo o barulho
de todo o caos
em busca da
PAZ
comum
da
VONTADE
incomum.
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Vicente
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"entre o muito e o muito pouco existe um meio caminho oco, um caminho vazio no meio do nada, um instante vácuo no cio pronto para ser concebido. no meio do caminho havia...um caminho do meio."
Clauky Saba
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28 janeiro 2007
EXPLORADOR
em corpos de acalantos
enigmas palpáveis
cabelos e pêlos
que se escoam
em depilações
e músculos exatos
de abraços sinceros.
assim
muito mais agradecerei
à ávida
vida
por ter feito de você
a minha melhor
descoberta.
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Vicente
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"E me redescobri gostando da blogueira que sempre fui. Resolvi voltar a ser o que era e ir um pouco além - beirar a imagem que ele tem de mim. Sem literatura, mas com muita paixão pelas letras, pela vida, por vocês!..."
Loba
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MOCINHA
e a todos dispensava este tratamento honroso.
chamavam-na de “Mocinha”.
às vezes aparecia com seu jeitinho de bugra
pouco menos que esfarrapada
aspecto pedinte
a conseguir qualquer alimento ou moeda.
conta-se que se entregava com facilidade
a troco de qualquer troca
de qualquer docilidade.
por isso ninguém entendeu
quando seu corpo foi encontrado
nu
de todos os pertences
vestido
de todas as violências
(ponto final)
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Vicente
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"...Para que tudo não perca as cores ou a melodia, é importante deixar recadinhos, bilhetes e e-mails com palavras que nascem dos prazeres diários..."
Alequites
27 janeiro 2007
LEMBRA?
que acendesse o incenso
para me ler
e o corpo para me reter?
que preparasse o café
e o espírito
para falar de você?
lembra que seus compromissos
foram adiados
porque eu havia chegado?
eu lhe quis por perto
com a vontade
da primeira
caipirinha
e da última
emoção.
o que foi que aconteceu então???
lembra não?
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Vicente
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"E no fim do poema me pareço
(como já diria o Neruda)
com a palavra melancolia.
Fê Notável
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26 janeiro 2007
PLEXUS
algo de solitário sabendo-se
a madrugada
solitária.
já não apreciamos os tons roucos
de Cássia Eller
as melodias de Milton
nem as de Chico
que ambos são nossos ídolos
(ainda são os mesmos!)
em idolatria tão segura e tão frágil.
esse vazio que nos envolve é como o fio
da adaga que se percorre
como sobre a corda bamba.
falta-nos o nexo
porque não quero empregar todas
as letras
para formar corretamente
a minha sentença.
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Vicente
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"Eu estou só e tenho que matar baratas!..."
Deia
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25 janeiro 2007
HIPÉRBOLE
e eu
podemos
parecer hiperbólicos
mas não há hipérbole
ao afirmar que você
(feita de
poesia e sorrisos)
explende
além do brilho das estrelas.
não há hipérbole
apenas juntamos pedacinhos.
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Vicente
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"Em algum canto do mundo encontrarei você. Passem noites e dias, em claro ou no escuro, tentarei encontrar você..."
Nilza
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24 janeiro 2007
SER
que designa
por antonomásia
a existência real e absoluta.
a que
exprime a realidade
em contraposição
à mera aparência
ou simples mostra.
uma coisa
é o que ela é
outra
é o que ela pode ser.
existem
e estão nela
as características
e qualidades indicadas
pelos adjetivos
que acompanham
e determinam o verbo
surpreender
para que eu me ache
ou me encontre
em um dado momento
em um dado lugar.
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Vicente
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"Perco-me recolhendo tuas palavras, alinhavando os retalhos do teu riso dissonante..."
Zingarah
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23 janeiro 2007
RIDÍCULO
daquele aceno
com o qual
teu braço
me saudava.
menos ainda
a pronta resposta
do meu sorriso
e do meu braço
que todo bobo acenava.
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Vicente
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"Acho que quando morremos a terra-útero nos concebe em outros (in)finitos fundos nunca findos-vindos."
Diovvani Mendonca
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22 janeiro 2007
OUTRA VIAGEM
que
daqui a pouco
passam outros
e a gente pode escolher
se embarca
(com estilo)
no próximo grito
ou
na próxima ilusão.
acenda em mim a fogueira
que ilumina
ventres
para que os reflexos de
umbigo
se perpetuem
de tanto prazer
de tanta paixão.
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Vicente
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"Neurose
Separou o joio do trigo e separou o trigo do trigo, por fim separou-se do trigo.
Wilson Guanais
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21 janeiro 2007
EX-PERANÇA
um vento
forte e vigoroso
que soprava confundindo
anemômetros.
só agora
extinto
após tornar-se
débil sopro
sabe-se que seu nome
era
esperança.
era.
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Vicente
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"...Ela vestiu a "Velha Roupa Colorida" para um "Retrato Em Preto E Branco..."
Claudinha
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19 janeiro 2007
ENQUANTO VOCÊ ME LIA
eu ouvia MPB
na sua vitrolinha.)
- escolhe uma voz feminina.
!! ??? !!!
- tá bem, pode ser masculina.
esse seu coração
sempre falou mais alto
na hora das escolhas.
besteira a minha
não ter compreendido
por todo aquele tempo
depois de tanto tempo
que havia espaços entre nós.
estreitados em seguida
tempos e espaços
brotaram afinidades
que subjugaram a amizade
que não sobreviveria
que não sobreviveu.
irrecuperável.
perdeu-se em intimidade
e sensibilidade.
perdemos.
perdi.
perdeu.
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Vicente
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"...Que se debrua de sóis enclausurados, entre os hiatos de seus olhares de contemplação..."
Zingara
17 janeiro 2007
AGORA É NOITE
mais que nunca
queria seu ombro amigo
e silencioso
(nessa noite enorme)
para chorar em mim
todas as águas
que me encharcam.
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Vicente
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"...Só que você ainda não percebeu que viver é essa grande prova de múltipla escolha onde só é possível escolher uma resposta para cada questão..."
Márcia do Valle
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09 janeiro 2007
DOCE POEMA
tem formigas
abelhas
vivas na flor
Poesias
e mais poesias
no cadernode receitas
Meu doce
tem formigas
escalando
o açucareiro.
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Wilson Guanais
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Continua aqui: http://www.cemiteriodenavios.blogspot.com//
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Esse foi o Wilson que fez pro Vicente.... Show....
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Postado originalmente em 09/09/06
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08 janeiro 2007
DORA VILELA E SEU FILHO MARCELO
Sei que você pode sofrer e se machucar com a maldade humana, porém seu coração não abrigará nunca a marca indelével e triste do remorso..."
Dora Vilela
no tocante poema-depoimento
"Ao Meu Filho Marcelo."
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Continue aqui: http://pretensoscoloquios.zip.net/...
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"O sofrido atrapalha o vindouro, ofusca o olhar e o que chega agora não deve ser nem alegre, nem triste, deve ser o novo apenas, para se escolher livremente sem as consultas às sombras..."
Dora Vilela.
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07 janeiro 2007
UIVOS
maravilhosa
festa dos sentidos.
estou para ouvir
uivos do presente.
meu passado me critica
angustiado
os silêncios que criei
as falas que perdi.
grito
entretanto.
lá fora faz silêncios
mas aqui dentro eu grito.
o vão da janela do Windows
se ilumina
porque agora te vejo e leio.
hei de abrir
escancarar ainda
as portas
as venezianas emperradas.
via-me pelos meus olhos.
beijava-me pelos meus lábios.
turvavam-se em mim
as vistas
com o embaralhar
de tantas palavras
que roubei de mim mesmo.
nas agora
não.
agora quero outras palavras
outros sons.
agora quero só os seus uivos.
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Vicente
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"...Adoro cometer pecados capitais! Especialmente aqueles tatuados nos desejos, divinos,pelo cio..."
Loba..
Continua aqui: http://corpusetanima.blogspot.com/Ou aqui: http://blog-miolo-de-pote.blogspot.com/.
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06 janeiro 2007
ADOLESCER
rever sonhos de todos os rostos jovens que te vi.
queria reter na íris a emoção de te ver
crescendo em mim
comigo crescendo em ti.
queria ver-te vertendo em abundante juventude
rever vivências de risos tão adolescentes
perder-me aos gritos do tempo em quietude
de brancos dentes que riem impacientes.
queria sentir-te no centro do meu anseio
de perceber-te hipótese e teoria
de reclamar-te sonho onde permeio
esperança
vida
luz e alegria.
queria o eriçar dos fios que revelasse
e demonstrasse
sim
as minhas emoções
maduras
ao tocar-te a pele que desencadeasse
o abstrato desejo mais concreto que passasse
deslizante
por teus ombros e costas e nuca e cabelos
para agradar-te ao te agarrar com o gosto que gostasse
de adolescer-te em todos os teus pêlos.
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Vicente
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"Dedicatória
Ao leitor a carne do poema, ao não-leitor os ossos do ofício. "
Wilson Guanais
Continua aqui: http://www.cemiteriodenavios.blogspot.com//
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05 janeiro 2007
EU TE DEVORO
não porque queres
mas para florescer em mim
tua semente-poesia
e fartar minhas abelhas
de doce do teu pólen
Loba
Continua aqui: http://www.corpusetanima.blogspot.com/
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04 janeiro 2007
MISTERY
de estar perto pra se fazer ouvir.
uma intenção
de carinho e afeto
um trocar de números
e uma ânsia
de se falar
de se tocar.
mas podiam ser duas as vontades.
não deveria haver a confusão
mas haveria de acontecer os falares
os encontrares
antes que os cabelos se tocassem
e se molhassem
e cheirassem a xampu
e mistérios.
Vicente
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" O que mais desespera não é o impossível, mas o possível não alcançado. "
(Robert Mallet)
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03 janeiro 2007
CEMITÉRIO DE NAVIOS?
De tudo que se avista daqui é o que se lê.
Quase como descrição, de título e de intenção.
Mas não se enganem, não é isso.
Se é cemitério, onde estão os sinos?
Os Alvarengas destroçados?
Não se avista Batelão desmantelado,
Barca, Barcaça ou Bergantim.
Prestes a afundar.
Improviso, sim,
"De asas abertas, como se fosse decolar".
De onde se observa, não se vê quilhas enferrujadas,
Âncoras desancoradas, timões desajeitados,
Correntes sem elos. Só elas.
As poesias.
Essas sim, têm de sobra. Luxuosas,
Como Transatlânticos,
Até no subsolo, como se no cemitério
“Estivéssemos acolhidos entre dois infinitos”.
Não há briga, nem Brigue, mas Fruto
E suave brisa que impulsiona Caravelas,
Naus e Patachos, ainda que não tenham velas.
Se há Cargueiros ancorados
Esperam, harmônicos, os sonhos de partirem
Para mares tantas vezes navegados.
Aí se pensa em como se cruzam Chatas com Clíper
Corveta com Cúter, e Draga com Iate.
Mas não se esbarram, não afundam.
Talvez se encontre Sagrado, mas Encouraçado?
Reluz de proa e popa próximo da Escuna,
E da Fragata, Simples e Confortável Mente.
Quem viu o Galeão a Galera, a Lancha, o Lúgar?
Nenhuma Nau a vista e não tem Navio de Desembarque.
Encalhado, virado, abalroado.
Bote, Palhabote, paquete, patacho,
Pesqueiro, Saveiro, Sumaca ou Pontão
Rebocador, Submarino, Vapor,
Vapor de Rodas, e Veleiro, nada disso.
Mas existe Trama, Renovação,
E muita Construção
Parece fábrica de emoção.
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Vicente
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" Coisa de quem sabe o lado de dentro da dor..."
Wilson Guanais
Continue aqui: http://www.cemiteriodenavios.blogspot.com/
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"O orgulho dos poetas não passa de defesa; a dúvida atormenta até mesmo os melhores; eles necessitam de nosso testemunho para não se desesperarem. "
(François Mauriac)
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02 janeiro 2007
01 janeiro 2007
OS MAIAS
Se tudo eu entendesse de criação,
eu te criaria a partir do seu código fonte.
Não seria por ti a leitura
da poesia ou prosa poética mais pura,
mas ao contrário
te veria aberta
em meu próprio horizonte.
E não me faria a mim criador
nem a ti criatura.
Serias parceira
de recostar-se em cadeiras
espreguiçadeiras,
a esmiuçar os pôres-de-sóis,
a perceber os pardais,
a nem se lembrar que era fim do dia.
Haverias, certamente,
de ser somente
a semente
que nascesse
Márcia
e germinasse poesia.
Vicente
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"...dizer que nublaram-se olhar e tarde além de beirar o lugar-comum não traduz o nó que (onde no corpo a alma se insere) germina..."
Márcia Maia.
Continue aqui: www.tabuademares.blogger.com.br ou aqui: www.mudancadeventos.blogger.com.br..
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Postado originalmente em 15/07/06