Pulsar Renovado
O frio da cama que antes me envolvia
Cedeu ao calor macio do teu corpo junto ao meu.
Em cada poro, a pele sentindo a pele,
Um sussurro mudo de pertencimento.
Teu cheiro, antes uma memória distante,
Agora me preenchia, terra úmida depois da seca,
Ou o ar fresco de uma manhã de montanha.
O silêncio da madrugada não era mais opressor,
Mas uma vastidão de paz, pontuada apenas
Pelo ritmo suave da tua respiração,
Um compasso que guiava a minha.
Meus dedos traçando a linha da tua coluna,
Sentindo a temperatura que dissipava o gelo antigo.
E o gosto do perdão, um sabor agridoce
Que se transformava em doçura na boca,
Como o primeiro raio de sol depois da tempestade.
Os olhos fechados, mas a visão nítida
Do presente que se refazia.
Cada fibra do meu ser respondendo
À presença que era mais do que física,
Era o eco de um sonho enfim alcançado,
Um pulsar renovado.
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