15 outubro 2024

PULSAR RENOVADO

 

Pulsar Renovado

 

O frio da cama que antes me envolvia

Cedeu ao calor macio do teu corpo junto ao meu.

Em cada poro, a pele sentindo a pele,

Um sussurro mudo de pertencimento.

Teu cheiro, antes uma memória distante,

Agora me preenchia, terra úmida depois da seca,

Ou o ar fresco de uma manhã de montanha.

 

O silêncio da madrugada não era mais opressor,

Mas uma vastidão de paz, pontuada apenas

Pelo ritmo suave da tua respiração,

Um compasso que guiava a minha.

Meus dedos traçando a linha da tua coluna,

Sentindo a temperatura que dissipava o gelo antigo.

E o gosto do perdão, um sabor agridoce

Que se transformava em doçura na boca,

Como o primeiro raio de sol depois da tempestade.

 

Os olhos fechados, mas a visão nítida

Do presente que se refazia.

Cada fibra do meu ser respondendo

À presença que era mais do que física,

Era o eco de um sonho enfim alcançado,

Um pulsar renovado.

 

 

 

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