Eco do Breu
A noite se aprofunda,
Cinco, talvez seis.
A lua se esconde.
A luz não se avizinha.
Procuro meu vulto na janela embaçada.
Me perco no espelho que me ignora.
Há um véu de névoa fria em meu redor.
De novo sou eu a não ver o amanhã.
Seja por um cansaço profundo
Ou por me querer demais,
Decido me abraçar e sussurrar segredos só meus.
Arrastando passos lentos nas vielas.
Errante observador, entre sombras e sussurros.
Eu me calo com a minha própria voz
Por não achar a melodia perfeita.
Mas insisto em me ouvir.
Agora sou eu o público e o palco.
Um palco onde a alma se desnuda.
E a plateia, no caso, sou eu.
Não cantei nada porque não há melodia.
Desapareço do palco sem me aplaudir.
Lanço a mim um olhar de resignação,
Mas não tem jeito,
Eu aceito.
Hoje a estrela não vai brilhar.
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