Fiz backup do que senti
Antes que apagasse,
fiz backup do que senti.
Copiei teu riso pra uma pasta segura,
salvei teu olhar em nuvem,
nomeei como “inesquecível_final_versão”.
Desconfio dos sistemas,
mas confiei no instante:
aquele em que tua presença
parecia carregar todos os megabytes da ternura.
Não deixei que deletassem.
Mesmo que tu saísses do frame,
mesmo que mudassem o código.
Criei senhas em metáforas,
formatei a saudade em poema,
e instalei um antivírus
contra tudo que tentasse reescrever
o que fomos.
Agora, se quiseres saber,
ainda estás lá —
entre os arquivos ocultos do toque,
nas configurações avançadas da lembrança.
Fiz backup do que senti.
E ainda acesso,
mesmo off-line.
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