25 junho 2018

LABIRINTO

labirinto

sinto passagens em mim
que saem em mim
que entram em mim
sempre no mesmo eu
na mesmice tão esmigalhada
por todas essas pressas
de muros
de sebes
de alamedas
sensação estranha
labiríntica.

caminho por essa sensação
como se fosse estrada.

caminhar
com verbo no horizonte
mais-que-perfeito
procurando o imperfeito
daqueles dias cinzentos.

tenho tantos temas
tinha tantos
tantos temores
no amanhã
e no ontem
quando nem existiam palavras
que adivinhassem você.

no hoje
porém
palavras
sugerindo outros
temas
transes
sua existência
tão ali.
tão aqui.

palavras  (lhe) refletem
:
amor
namoro
namorados
:
tantos
cantos
cantados.

encantos
momentos
ainda
(linda)
sonhando
acordado
namorados
namorando
namorada.

palavras
essas mesmas que explodem
denunciando tudo o que já foi escrito
dito
sugerido
amigos
amantes
ciúmes
em amargo de chocolate
de  estreitamento
de zap
de morenez.
de loucuras morenas
de frestas de portas de quartos.

e cheiros
e arrepios
e sabores
e medos.
em línguas sôfregas
que se espreitam
e se buscam
em sonhos
de pernas
que se descruzam
e se mostram
e se misturam
e se confundem.

até
se sentirem saciadas.

em outros temas
e datas
e manhãs tão variadas
e noites tão esperadas.

até
nem perceber.

confusões
de mentes
de pensamentos
de vontades
de despedidas
(que não se concretizam)
:
tão amiúde
tão inteiramente ignoradas.

até
saber que se descansa.

pro outro
(dia)
nascer feliz
de novo
e de novo
e de dizer que
agora
você está aqui.

daquele jeito
que eu sempre
quis.


.

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