labirinto
sinto passagens
em mim
que saem em mim
que entram em
mim
sempre no mesmo
eu
na mesmice tão
esmigalhada
por todas essas
pressas
de muros
de sebes
de alamedas
sensação
estranha
labiríntica.
caminho por
essa sensação
como se fosse estrada.
caminhar
com verbo no
horizonte
mais-que-perfeito
procurando o
imperfeito
daqueles dias
cinzentos.
tenho tantos
temas
tinha tantos
tantos temores
no amanhã
e no ontem
quando nem
existiam palavras
que
adivinhassem você.
no hoje
porém
palavras
sugerindo
outros
temas
transes
sua existência
tão ali.
tão aqui.
palavras (lhe) refletem
:
amor
namoro
namorados
:
tantos
cantos
cantados.
encantos
momentos
ainda
(linda)
sonhando
acordado
namorados
namorando
namorada.
palavras
essas mesmas
que explodem
denunciando
tudo o que já foi escrito
dito
sugerido
amigos
amantes
ciúmes
em amargo de
chocolate
de estreitamento
de zap
de morenez.
de loucuras morenas
de frestas de
portas de quartos.
e cheiros
e arrepios
e sabores
e medos.
em línguas
sôfregas
que se
espreitam
e se buscam
em sonhos
de pernas
que se
descruzam
e se mostram
e se misturam
e se confundem.
até
se sentirem
saciadas.
em outros temas
e datas
e manhãs tão
variadas
e noites tão
esperadas.
até
nem perceber.
confusões
de mentes
de pensamentos
de vontades
de despedidas
(que não se
concretizam)
:
tão amiúde
tão
inteiramente ignoradas.
até
saber que se
descansa.
pro outro
(dia)
nascer feliz
de novo
e de novo
e de dizer que
agora
você está aqui.
daquele jeito
que eu sempre
quis.
.