porque era maio
tempo de andar às voltas
com as flores azuis da
quaresmeira
apreciar os primeiros dias
dos nevoeiros
do pleno outono do sudeste.
afloravam amores vividos
amores sentidos
amores percebidos
eram e são tantas as
afeições jovens
as agonias das
desesperanças
das faltas que se sentem
das vontades e das pressas.
e ela estava lá
a tarde clara
de estranhos calores
no burburinho do centro da
cidade
são tantas as expectativas
de chegadas
de promessas
de encontros.
são novas
efervescências novas
novas
ebulições
das novas belezas
e atitudes
tão nova.
há
no tempo
algumas reentrâncias.
são ruas
avenidas
praças
e becos
bem além da surpresa
das promessas
além do querer bem
além
muito além.
e essas cores?
(porque te vi)
esses sabores?
(porque te sorvi)
essas texturas?
(porque te toquei)
essas quenturas?
(porque te senti).
são medos
arremedos de carícias
de carinhos
nas vontades aceleradas
(dos joelhos dobrados)
ditadas pelo tempo
pelo horário
tão contrário às
expectativas
de vida
vividas.
sobrou o gosto do gozo
do encontro
do reencontro
sobrou a vontade
do hoje
do amanhã
do depois.
sobrou a vontade do ver-te
vertendo em carinhos
pedindo
sentindo
gostando
pois estou indo
pois estou voltando.
e te achando.
linda
tão linda.
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