15 agosto 2008

DESPERTAR DA AURORA

  

Despertar da Aurora

 

E assim, o corpo que doía e os olhos que pesavam

Encontraram seu descanso, não na fuga do sono,

Mas no porto seguro do teu abraço.

A cama fria, o pensamento cinzento,

A insistência do relógio e o toque estrídulo do telefone

Se dissolveram como neblina ao sol.

 

Não há mais mistério em adivinhar quem ligou,

Pois tua voz macia e o perdão sussurrado

Abriram a porta não só da rua, mas da alma.

A comunicação silenciosa dos olhares,

A sinfonia das sensações e sentidos,

Moldaram a redescoberta da intimidade,

Tecendo uma camada de esperança e continuidade

Sobre os dias que virão.

 

O amanhecer nos encontrou juntos,

E cada novo raio de luz que beija a janela

É uma promessa sem palavras,

Um plano silencioso, um futuro em aberto.

A vida, que antes parecia estagnada,

Agora flui, leve e contínua,

Como um rio que finalmente encontra seu mar.

08 agosto 2008

CARAMIGA

e foi assim mesmo
como tudo que eu disse
e queria.
refiz as pausas em mim
esperando seus passos
seus descompassos
e você nem apareceu.

tive inevitáveis medos
e mais de
mil vontades de ligar.

tudo longe das inefáveis realidades.
fora/dentro das incontáveis possibilidades.

mas ainda me lembro daqueles dias
motivos da alegria
agora tão escassa

que grande faz-de-conta
nós desempenhávamos.

isso.

nós.

refletimos?
olhar/ouvir/sentir/largar?
foi essa a performance da mesquinhez.
e até hoje
nenhuma revelação plausível.
você entende.
.
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Vicente
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