12 maio 2006

ELA E A CIDADE

e o peito estava aberto
a se fazer ouvidos para ouvir
como em qualquer audição.
atento aos sons
(do todo e do fragmento).
foi assim que começou.

sei que estava confuso
mas havia um doce equilíbrio
entre olhos e paisagem
e rosto
e mapa da cidade.

compreendi seus cabelos molhados
seus acessos
suas esquinas
suas ruas
um pouco nuas
outro pouco iluminadas.

percebi seus excessos de menina
seus troncos e entroncamentos
suas escadas rolantes
seus montes
seus olhares intensos
seus castelos
seus congestionamentos.

não tive como evitar:
suas curvas prediletas
seus policiais sempre atentos
que me afastavam dela
e da cidade dos sonhos que era dela
que saía e que voltava para ela.

Vicente
.
.
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"O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

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