Confesso
A espiral da mente se aprofunda,
cada volta, um labirinto sem paredes.
se eu me demorar demais aqui,
nesse abismo de ideias,
o fio se rompe.
Confesso,
a sanidade balança na beira,
um fio tênue sobre o vazio.
Mas a urgência pulsa,
uma necessidade visceral.
Preciso sentir no fundo do osso,
que a perfeição,
não essa idealização distante,
mas a perfeição imanente,
a que reside na teia do universo,
na matemática do caos,
no silêncio antes do som,
ela existe.
É a bússola que me arranca do delírio,
a âncora que impede a queda final.
mesmo que a busca me dilacere,
a certeza dessa existência
é a única luz
que me impede de enlouquecer de vez.