DESPEDIDA
Semblante saudoso de quem dorme pela espera.
De quem espera pelo sonho
De quem sonha pela madrugada
Insone de sala e caderno
Mãos delicadas em torno da caneta
A dialogar com o papel,
Com o tempo,
Com a pouca chuva
De estrelas que azulam o céu.
Corre, célere, o pulso que pulsa
Em busca do encontrar-se,
Do enclausurar-se
Em adjetivos,
Suspiros, devaneios.
Rosadas,
As faces desfazem a impressão
De estar morta.
Por fora é vida que pulsa.
Por dentro
A tentativa de esquecer.
O quê mesmo?