Jardim Suspenso
O ar da manhã pesa,
uma névoa fria sobre o peito.
O branco da página
insiste em ser só branco.
As palavras, antes dança,
agora se arrastam,
pedras lisas
no leito seco de um rio.
A mente, um poço profundo,
silencia os ecos.
Não há pássaros cantando,
nem a brisa que embala.
A flor prometida
fica em botão, teimosa.
Um jardim interior
onde a luz não alcança.
E a voz, que busca o canto,
se recolhe em si,
conhecendo
o tempo da espera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário