27 junho 2022

O SENTIDO DESCONHECIDO

 O Sentido Desconhecido

 

Dentro de mim, no profundo do "eu",

um sentido me habita e eu não o conheço.

É como uma melodia sem nome,

um tom que ressoa, mas não se revela.

Eu, o homem que busca,

sinto a presença,

a pulsação de algo maior,

mas a chave para decifrar

ainda me escapa.

 

É um eco de verdades antigas,

uma intuição que guia

sem mostrar o mapa.

Há uma sabedoria silenciosa,

plantada em algum jardim secreto

da minha alma,

que floresce sem que eu veja

suas cores ou sinta seu perfume.

 

Tento alcançá-lo,

com as mãos da mente,

com os olhos da alma,

mas ele se esconde

na fresta entre o consciente e o sonho.

É a bússola que aponta para o invisível,

o farol que ilumina o que não se compreende.

 

E nessa dança entre o que sou

e o que ainda não sei,

persistência é a única resposta.

Porque mesmo desconhecido,

esse sentido me habita,

e em sua presença misteriosa,

encontro a promessa

de uma descoberta que ainda virá.

 

 

25 junho 2022

SEM PAR

 SEM PAR

 

agora é em casa

no chão

no quarto

com ana carolina

com chico buarque.

irritado sem razão

consciente

das possibilidades

repleto

das vontades.

sinto-me gente

como sempre

como pele a saber onde me dói.

são olhos pesados

passando páginas de álbuns

amarelecidos.

aqueles que deixei guardados

crescendo a amizade e o carinho

por trazer as suas fotos (dela)

enquanto aumento o som

e ensaio

solitário

alguns passos de

uma dança

que atormenta a lembrança.

21 junho 2022

SEMENTE AFOGADA

 Semente Afogada

 

Há um eco no peito,

um grito sem garganta,

abafado antes do som,

engolido pela própria sede.

 

Ele se enrosca nas costelas,

pesa na respiração,

um lamento mudo

por tudo o que queria ser voz.

 

E ao lado, no mesmo solo árido,

jazem as sementes:

desejos sem sol, sem orvalho,

que jamais encontram a luz.

 

Permanecem submersos,

promessas de flor que não vingam,

destinados ao esquecimento

na escuridão de um "se fosse".

 

 

 

17 junho 2022

CORRENDO EM CÍRCULOS

 Correndo em Círculos

 

O caminho se repete,

o mesmo passo, a mesma pedra,

embora o cenário mude

no labirinto da cabeça.

 

As ideias voltam,

ecos de ecos,

perguntas antigas

sempre à tona,

uma fita rebobinando

o que nunca teve fim.

 

É o tic-tac da dúvida

que não se cala,

o compasso do ser

preso em sua própria jaula

de vidro transparente,

onde a saída é sempre a entrada.

 

Canso de girar em torno do mesmo,

de buscar o nó

que desata a alma,

mas encontro apenas o começo

de um novo e idêntico amanhecer.

 

E neste eterno retorno,

a única certeza

é o movimento circular,

a infinita dança

que me leva de volta

ao ponto exato

onde nunca estive.

 

 

01 junho 2022

CADERNO DA MISERICÓRDIA II

 




Caderno da Misericórdia II

Epígrafe
"Senhor, tende piedade, e fazei brilhar a vossa luz em nossas sombras."

Sumário

Parte I — Kyrie Eleison
Parte II — Christe
Parte III — Nocturnus
Parte IV — Glória do Perdão
Parte V — Lumina
Parte VI — Misericórdia
Parte VII — Cântico dos Perdoados
Parte VIII — O Refúgio
Parte IX — Horizonte de Esperança
Parte X — Chama Viva
Parte XI — Abraço de Fogo
Parte XII — Confiança Renovada
Parte XIII — Presença Divina
Parte XIV — Rio de Misericórdia
Parte XV — Esperança Viva
Parte XVI — Chama de Fé
Parte XVII — Caminho da Paz
Parte XVIII — Abraço Consolador
Parte XIX — Refúgio da Alma
Parte XX — Reino da Misericórdia
Parte XXI — Cântico da Esperança


Parte I — Kyrie Eleison

Senhor, tende piedade,
Mesmo quando o coração falha,
Tua misericórdia é abrigo,
Sopro que acalma a alma cansada.


Parte II — Christe

Ó Cristo, luz em meio à dor,
Confiança que nunca esmorece,
Mesmo nas noites mais escuras,
Tua graça renova e aquece.


Parte III — Nocturnus

Nas sombras, teu rosto busco,
Silêncio que sussurra esperança,
Mesmo em pranto e solidão,
Teu amor é presença constante.


Parte IV — Glória do Perdão

Na entrega, encontro alívio,
No perdão, renasce a vida,
Tua glória, Deus misericordioso,
Transcende toda a ferida.


Parte V — Lumina

Luz que rompe a escuridão,
Clareia o caminho sofrido,
Em cada passo, tua mão,
Guia o espírito rendido.


Parte VI — Misericórdia

Fonte viva que não seca,
Rio que lava o pecado,
Teu amor, eterna promessa,
Abraça o ser fragilizado.


Parte VII — Cântico dos Perdoados

Cantam os corações libertos,
Em notas de pura gratidão,
Pois quem é tocado por tua paz,
Floresce em plena renovação.


Parte VIII — O Refúgio

Abrigo seguro na tormenta,
Fortaleza onde posso descansar,
Em ti, encontro calmaria,
Paz que ninguém pode tirar.


Parte IX — Horizonte de Esperança

Além da dor, há um amanhecer,
Cores que pintam a promessa,
Tua misericórdia me sustenta,
Firmando minha leveza.


Parte X — Chama Viva

Fogo que arde sem consumir,
Luz que aquece o coração,
Em teu abraço, chama viva,
Renovo e redenção.


Parte XI — Abraço de Fogo

Teu amor que incendeia a alma,
Purifica o que há de velho,
No abraço que tudo transforma,
Descanso e zelo.


Parte XII — Confiança Renovada

Mesmo quando o céu desaba,
Firmo os pés na tua palavra,
Confiança que se renova,
No abraço que nunca se acaba.


Parte XIII — Presença Divina

Tua luz brilha no silêncio,
Companhia que não se ausenta,
No íntimo do meu ser,
Tua paz é a maior semente.


Parte XIV — Rio de Misericórdia

Águas puras que descem suaves,
Lavando as marcas da dor,
Neste rio encontro vida,
Fonte eterna de amor.


Parte XV — Esperança Viva

No horizonte que desponta,
Surgem cores de novo dia,
Tua promessa me sustenta,
Vive em mim a alegria.


Parte XVI — Chama de Fé

Fogo que aquece e ilumina,
Sem jamais se apagar,
A fé que em meu peito habita,
Me ensina a caminhar.


Parte XVII — Caminho da Paz

Passo a passo, em tua luz,
Vou trilhando sem temer,
No caminho que conduz,
O descanso a florescer.


Parte XVIII — Abraço Consolador

Quando o pranto quer vencer,
Teu abraço me envolve, enfim,
Sopro suave que me traz,
Calma, vida e jardim.


Parte XIX — Refúgio da Alma

Em ti encontro morada,
Lugar seguro e sagrado,
És porto e calmaria,
Meu descanso abençoado.


Parte XX — Reino da Misericórdia

Em teu reino sem fim,
Reina amor e compaixão,
Sou filho e herdeiro,
Da eterna redenção.


Parte XXI — Cântico da Esperança

Canto que não se cala,
Mesmo na dor e na prova,
Esperança que avança,
Na alma que se renova.