Conforme combinado com o poeta e amigo Pedro Monteiro, vou reiniciar a fase de publicar poemas, poesias e textos dos amigos aqui em meu blog.
Quem me acompanha desde 2005 sabe que já passei pela desagradável experiência de refazer meu blog devido a alguns contratempos provocados por alguns anônimos invejosos.
Com mais cautela pretendo inaugurar um novo tempo e para isso desejo a colaboração de vocês.
Quem for contrário à publicação de seus trabalhos (juntos com os meus) em meu blog, com todos os créditos, etc... etc..., manifeste-se, por favor.
O início vai ser esse excelente "Remaria" do Pedro, que eu considero um dos melhores.
Na caixinha de comentários, manifestem-se quanto ao conteúdo da poesia do Pedro e, por favor, se são contra, afirmem que não querem ver seus trabalhos publicados aqui, e que o atual esquema de apenas pequenas citações, como tenho feito, já é suficiente, ou digam se são contrários também a esse esquema.
OK? Conto com vocês.
Doces.
.
Vicente
.
Remaria
Remaria no mar é o passar do dia
Remaria é re-ser a mãe da poesia
Ver por cima das ondas o sol nascer
Uma onda atrás da outra, uma manhã atrás da outra
Remaria noite e dia.
Ver no fundo após as ondas, onde o mar é calmaria
É ser o mar dentro e a areia fora
Onde a vida partiria
E às vezes ver a praia como partida
Na maré salgada e tarde ardida
É ter de chão a areia
E ter de lar a maresia
Remaria, remaria.
.
Pedro Monteiro
.
"Porque são doces poesias encontradas aqui por poetas, poetisas e simpatizantes. Venha, faça dessa doceria a sua casa preferida. Lugar de sonhos e belezas da alma.
15 junho 2007
COMEÇAR CHORARE
do que vivemos
sobraram o que começamos:
o carinho
o cuidado
a pouca vontade de deixar
tudo de lado.
sobraram atos e fatos
consumados
conversas esquecidas e
não retomadas
devidamente não esclarecidas.
sobraram a censura
a falta do bom senso
a falta de enredo
de opiniões
de desapego ao antigo.
faltaram
a coragem para recomeçar
o carinho que devia continuar
e sobretudo
a vergonha por deixar
tudo acabar.
.
Vicente
.
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sobraram o que começamos:
o carinho
o cuidado
a pouca vontade de deixar
tudo de lado.
sobraram atos e fatos
consumados
conversas esquecidas e
não retomadas
devidamente não esclarecidas.
sobraram a censura
a falta do bom senso
a falta de enredo
de opiniões
de desapego ao antigo.
faltaram
a coragem para recomeçar
o carinho que devia continuar
e sobretudo
a vergonha por deixar
tudo acabar.
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Vicente
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"El Baile
Meus olhos se desencontram na paisagem interrompida. Não há continuidade, em nada, em lugar nenhum, senão no perfume que o ar transporta. Na íris que se desdobra sobre o dia. Estremeço, torpor e prazer impelindo-me a dançar entre os instantes fragmentados. E danço, porque isso faz levantar a poeira dourada das horas, e descobre movimento onde reinava a quietude inteira..."
Meus olhos se desencontram na paisagem interrompida. Não há continuidade, em nada, em lugar nenhum, senão no perfume que o ar transporta. Na íris que se desdobra sobre o dia. Estremeço, torpor e prazer impelindo-me a dançar entre os instantes fragmentados. E danço, porque isso faz levantar a poeira dourada das horas, e descobre movimento onde reinava a quietude inteira..."
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13 junho 2007
DESCULPE, FOI ENGANO
o tempo rompido e cicatrizado
imprime louca cadência
em minha vida
e quando menos espero
já é tempo
de outro dia
já é aquele lugar
de desassossego
e lençóis amassados.
dalgum lugar repentino
a campainha rouca
abre espaços em meu sobressalto
de acordado sonambúlico
que tateia
em busca de um telefone mal instalado
à cabeceira.
após o “alô” de praxe
teimando em entender o que está acontecendo
do outro lado a voz
sobressaltada: “quem fala?”
após irresoluta indecisão afirmo
meio sem convicção:
“é o vicente...”
“desculpe
foi engano”
tumtumtum...
.
Vicente
.
Hoje não quero um texto bonito.Nem quero me preocupar com rimas ou concordâncias, só quero dizer que estou sentindo a sua falta.Horas já não são suficientes e a despedida se tornou insuportável.
.
Rosângela.
imprime louca cadência
em minha vida
e quando menos espero
já é tempo
de outro dia
já é aquele lugar
de desassossego
e lençóis amassados.
dalgum lugar repentino
a campainha rouca
abre espaços em meu sobressalto
de acordado sonambúlico
que tateia
em busca de um telefone mal instalado
à cabeceira.
após o “alô” de praxe
teimando em entender o que está acontecendo
do outro lado a voz
sobressaltada: “quem fala?”
após irresoluta indecisão afirmo
meio sem convicção:
“é o vicente...”
“desculpe
foi engano”
tumtumtum...
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Vicente
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Hoje não quero um texto bonito.Nem quero me preocupar com rimas ou concordâncias, só quero dizer que estou sentindo a sua falta.Horas já não são suficientes e a despedida se tornou insuportável.
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Rosângela.
11 junho 2007
LENCINHO
era um lencinho branco
de algodãozinho vagabundo
irrisoriamente vagabundo
e barato
acrescentaria eu.
pois foi com ele que acenei
esfuziantemente
e ela me percebeu
no meio da multidão
retribuindo o aceno.
daí a importância
emprestada ao meu rico lencinho
que guardo qual tesouro
numa caixa
com naftalina.
.
.
Vicente
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de algodãozinho vagabundo
irrisoriamente vagabundo
e barato
acrescentaria eu.
pois foi com ele que acenei
esfuziantemente
e ela me percebeu
no meio da multidão
retribuindo o aceno.
daí a importância
emprestada ao meu rico lencinho
que guardo qual tesouro
numa caixa
com naftalina.
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Vicente
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10 junho 2007
TARJA PRETA
minha trajetória
(acidentalmente)
acidentada
não me deixa esquecer
da falta que a sua (grave) voz
faz
aos meus ouvidos
já entediados
de tanta ausência
a pedir em mim
um remédio
controlado:
você.
.
.
Vicente
.
.
.
"E como em um passe de mágica suas palavras tomaram o lugar dos beijos e das carícias dele..."
.
Nanda
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(acidentalmente)
acidentada
não me deixa esquecer
da falta que a sua (grave) voz
faz
aos meus ouvidos
já entediados
de tanta ausência
a pedir em mim
um remédio
controlado:
você.
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Vicente
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"E como em um passe de mágica suas palavras tomaram o lugar dos beijos e das carícias dele..."
.
Nanda
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06 junho 2007
CADÊ ALESSANDRO?!?
(BARILOCHE II)
não tem
horário de verão
por essas latitudes temperadas
a nos acusar
que daqui a pouco desaba a noite
(pelas cachoeiras do tempo.
parado à beira do nada
que antecede
a semi-escuridão vulgar
já me precavia dos efeitos do etílico
que (com certeza) viriam
quando
à queima-roupa me perguntam
em belíssimo espanhol se:
“usted es Alejandro?”.
ainda assustado
pela aparição de beleza
tão esguia
arrisco
meu envergonhado portunhol
e digo que “no”
e
tantas besteiras “más”.
...só quando rompia a manhã
estrangulando a madrugada decadente
demo-nos conta da incoerência do encontro
que nos levou a esquecer diferenças
de idiomas
para conferirmos
nossas línguas
simplesmente...
.
Vicente
.
.
.
"Sintonia
o poeta às vezes deixa o Poema escrever-se. o Poema às vezes deixa o poeta escreve-lo."
.
Wilson Guanais
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não tem
horário de verão
por essas latitudes temperadas
a nos acusar
que daqui a pouco desaba a noite
(pelas cachoeiras do tempo.
parado à beira do nada
que antecede
a semi-escuridão vulgar
já me precavia dos efeitos do etílico
que (com certeza) viriam
quando
à queima-roupa me perguntam
em belíssimo espanhol se:
“usted es Alejandro?”.
ainda assustado
pela aparição de beleza
tão esguia
arrisco
meu envergonhado portunhol
e digo que “no”
e
tantas besteiras “más”.
...só quando rompia a manhã
estrangulando a madrugada decadente
demo-nos conta da incoerência do encontro
que nos levou a esquecer diferenças
de idiomas
para conferirmos
nossas línguas
simplesmente...
.
Vicente
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"Sintonia
o poeta às vezes deixa o Poema escrever-se. o Poema às vezes deixa o poeta escreve-lo."
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Wilson Guanais
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04 junho 2007
SONHO DA PELE
minha pele
sonha
seus toques morenos
repletos da imaginação
de
chuva
em dia de sol
de verão.
.
.
Vicente
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" O futuro depende de muitas coisas, mas de apenas uma pessoa: você.
Não importa que se esconda, ou renegue sua face, em algum momento, a capa cairá.
A verdade, sempre surgirá!"
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03 junho 2007
DEMORAS
demoro para entender palavras
intenções
eloqüências
que prenunciam conquistas
viagens para descobrir mundos
que estão em minhas mãos
... Cheias.
demoro para perceber olhares
e trocas
de gente que chega
e quer ficar
e espalha poesia
e que se sair
tem vontade de voltar
e se realmente vai
não demoro
a chorar.
.
.
.
Vicente
.
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02 junho 2007
EFEITO ESTUFA
que poente alaranjado
é esse
?
que se mostra em namoro
de enlaçar
vermelho com amarelo
?
são raios de sol
colorindo o fim do dia
?
são viagem
nos segredos
da prenhez
das noites de verão
?
ou
são reflexos de histórias
e desperdício
da poluição
?
.
.
Vicente
.
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Divido esse espectro
Em pigmentos
Do prisma o arco-íris
Preso num pedaço de velcro.
Vestígios
Que refletem na terceira margem
Minhas cores em harmonia
Extraindo no fundo os cristais
Que compoem a minha vida."
.
Rafaela Silva Santos
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