Braço Que Procura
Em mim, o braço que procura,
em desespero, o abraço.
Não o calor da pele apenas,
mas a concha que envolve o caos,
o porto onde o homem cansado
pode finalmente descansar.
É uma busca que não grita,
mas que pulsa em cada veia,
uma fome antiga por ser inteiro,
por preencher o espaço vazio
que a complexidade do eu insiste em abrir.
O braço se estende no ar frio,
no silêncio que me habita,
na rota que não chega a lugar nenhum.
Há uma sede de pertencimento,
um anseio por ser contido,
por diluir a própria solidão
no amparo de outro ser.
E nesse estender-se desesperado,
reconheço a fragilidade
e a força de ainda querer,
de ainda buscar
o porto que me complete.
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