01 abril 2025

BRAÇO QUE PROCURA

 Braço Que Procura

 

Em mim, o braço que procura,

em desespero, o abraço.

Não o calor da pele apenas,

mas a concha que envolve o caos,

o porto onde o homem cansado

pode finalmente descansar.

 

É uma busca que não grita,

mas que pulsa em cada veia,

uma fome antiga por ser inteiro,

por preencher o espaço vazio

que a complexidade do eu insiste em abrir.

O braço se estende no ar frio,

no silêncio que me habita,

na rota que não chega a lugar nenhum.

 

Há uma sede de pertencimento,

um anseio por ser contido,

por diluir a própria solidão

no amparo de outro ser.

E nesse estender-se desesperado,

reconheço a fragilidade

e a força de ainda querer,

de ainda buscar

o porto que me complete.

 

 

 

 


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