Loop Infinito
Nada novo, de novo.
O dia mimetiza o ontem,
o café na mesma caneca.
O mesmo tédio, o mesmo estorvo,
e a alma que se encolhe, seca.
O ponteiro gira, a vida não.
Replay do que já foi, exaustivo.
A rotina um nó, sem solução,
o presente um passado cativo.
A tela acende, o mesmo feed,
notícias velhas, sonhos gastos.
O pulso fraco, sem o que pedir,
em meio a tantos, tantos rastros.
E o grito preso, que não sai,
de um desejo por algo inusitado.
Mas o ar é denso, e me distrai,
nesse ciclo vicioso e cansado.