Banquete Escondido
No emaranhado dos dias,
Tentei decifrar o amanhã,
um novelo de possibilidades
e incertezas.
O que seriam aqueles
contornos?
E como moldaria o nada
que se anunciava?
Mas o medo,
um gigante silencioso,
espreitava em cada sombra.
Roubava suspiros,
pequenas porções de ar
puro
que eu engolia em segredo.
No jogo de esconde-esconde
comigo mesmo,
as mãos apertavam o vazio,
os olhos fixos no que não
via.
Comia o próprio fôlego,
tentando preencher o
abismo
com a coragem que me
faltava.
E o banquete,
preparado apenas para
os meus olhos,
era feito de assombros e pressentimentos.
Um festim de suspiros
roubados,
enquanto a vida,
(lá fora),
esperava ser vivida.